Orfeu...
Grande poeta que em outros tempos viveu,
Tocava formosamente sua lira,
Instrumento que o pai lhe deu...
Fazia a fauna parar para escutar sua melodia,
A flora essa debruçava e floria,
Todos encantados pelos dons desse deus...
Quando com Jasão,
Salvou a todos encantando as sereias,
As mesmas que encantavam os navegantes,
Afundando as naus no mar de breu...
Orfeu declamava divinamente,
Chegava aos ouvidos dos outros deuses.
Um dia tomado de grande amor,
Casou-se com Eurídice,
E felizes estavam,
Quando picada por uma serpente ela partiu,
Orfeu cheio de tristeza,
Foi em busca da sua amada,
Desceu ao mundo inferior,
O barqueiro Caronte o aceitou na travessia,
Ele amansou o Cérbero nos portões,
As almas sofridas ele aquietou os corações,
E chegando a Hades,
Implorou em um cântico,
E Perséfone foi a seu favor,
Hades então cedeu,
Mas pediu para que ele prometesse,
Só olhar para a amada,
Quando ao mundo dos vivos chegasse,
Orfeu já no final da saída,
Resolveu olhar Eurídice,
E Hades irado a tomou de volta...
Orfeu sofreu...
Não quis mais outra mulher,
E causando ira nas mênades,
Por elas foi morto e despedaçado,
Seu corpo fôra espalhado,
E a cabeça boiava no rio Hebro,
Cantando ainda “Euríde, Eurídice...”,
As nove musas chorando,
Reuniram os seus pedaços,
E o enterraram no Monte Olimpo,
Onde sempre os rouxinóis de lá,
Cantam mais docemente
que qualquer outra ave...
Orfeu, grande Orfeu,
Poeta que o amor viveu,
Mas por destino da vida,
Esse amor perdeu,
Deixou na poesia sua dor,
De tão verdadeiro o amor,
De Eurídice e Orfeu.
Nilton Lôbo
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